terça-feira, 14 de março de 2017

[Crônica] Meu Primeiro Pódio

    Como muitos já sabem, sou corredor de rua há 12 anos e busco melhorar e me aprimorar durante todo o ano. No dia 12/03/2017 conquistei, pela primeira vez na minha carreira de corredor amador, um lugar no pódio de uma corrida na minha cidade, o Rio. Eu já havia conseguido um lugar em outro pódio, uns quatro anos atrás, quando participei de uma corrida de 5 km em Nova Friburgo. Mas naquela oportunidade só fiquei sabendo disso dias depois e não recebi nenhum prêmio extra. Dessa vez a colocação foi a mesma daquela outra corrida, segundo colocado na minha faixa etária, mas a estória foi outra. Recebi, além da medalha de participação, uma medalha de prata pela minha conquista no próprio dia do evento. É uma alegria ímpar ver o resultado de tanto esforço nos treinos ser premiado e reconhecido.

   Falando um pouco sobre esse dia 12/03, ele começou de uma forma estranha. Apesar de estarmos no verão carioca, o início da manhã daquele domingo estava com uma neblina que parecia o famoso "fog" londrino. A corrida seria na praia do Leblon e, ao chegar lá, eu mal conseguia enxergar a areia, quiçá as ondas do mar. Uma amiga minha que também participou do evento postou uma foto no Facebook com a seguinte legenda: Brumas de Avalon.



    Minha prova seria de apenas 2 km. Qualquer corredor que se preze iria desdenhar dessa distância, mas eles não sabiam, ou não queriam saber, de 3 coisas importantes. Em primeiro lugar, na véspera eu havia treinado "apenas" 16 km. Em segundo lugar, eu não iria correr sozinho e teria vários concorrentes também desejando chegar na frente. E, por último, a prova não seria no asfalto e sim na areia fofa. Aliás, a areia podia ser fofa, mas a corrida não foi nem um pouco. Quando ela começou, embiquei logo para o lado direito onde a areia era um pouco mais dura e tentei ser o mais rápido que pude pois sabia que o retorno seria na parte mais fofa ainda. Isso tudo com aquele nevoeiro que eu falei onde eu não conseguia enxergar os outros corredores na minha frente. Era um cenário surreal, parecia filme de suspense onde um monstro poderia surgir a qualquer momento. Quando eu estava no final da corrida, na parte mais fofa da areia, tropecei e quase caí. Mas consegui me manter de pé e senti que havia feito uma boa prova. Fiquei aguardando e conversando com alguns amigos quando um deles me chamou para ficar perto do mural aonde seriam afixados os tão esperados resultados pelas faixas etárias. Os resultados gerais já tinham saído e os vencedores já tinham sido premiados há muito tempo. Fiquei conversando com outros amigos que estavam lá também aguardando para saberem se seriam agraciados ou não. Estavam lá o Mônaco, um corredor muito gente boa e muito rápido também. Também estava lá a Iracilda, uma corredora que é uma figuraça, também super gente boa e que já havia lido meu livro. Os dois são fãs de carteirinha da Drunks. Ficamos ali conversando até que o tão esperado resultado surgiu. Iracilda não foi premiada, mas eu e Mônaco vimos que ficamos em segundo lugar nas nossas respectivas faixas etárias e com isso teríamos direito a uma medalha adicional. Ele já estava acostumado a ganhar, mas para mim foi um dia inesquecível pois era a primeira vez que eu voltava para casa com duas medalhas no peito. Ah, antes que eu me esqueça, o resultado demorou tanto para sair que quando ele foi divulgado a neblina já tinha ido embora e o Sol surgiu inclemente para me deixar bronzeado e feliz.


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